memórias de um chapéu
(aldina duarte)
Quisera então saber toda a verdade
De um chapéu na rua encontrado
Trazendo a esse dia uma saudade
D'algum segredo antigo e apagado
Sentado junto à porta desse encontro
Ficando sem saber a quem falar
Parado sem saber qual era o ponto
Em que devia então eu começar
Parada na varanda estava ela a meditar
Quem sabe se na chuva, no sol, no vento ou mar
E eu ali parado perdi-me a delirar
Se aquela beleza era meu segredo a desvendar
Porém apagou-se a incerteza
Eram traços de beleza os seus olhos a brilhar
E vendo que outro olhar em frente havia
Só não via quem não queria da paixão ouvir falar
Um dia entre a memória e o esquecimento
Colhi aquele chapéu envelhecido
Soltei o pó antigo entregue ao vento
Lembrando aquele sorriso prometido
As abas tinham vincos mal traçados
Marcados pelas penas ressequidas
As curvas eram restos enfeitados
De um corte de paixões então vividas
aldina duarte
Comentários
nas letras bem sentidas de um fado...
Em Lisboa sempre com cheiro a saudade ...
Beijinho grande
Sónia
www.lbutterfly.blogs.sapo.pt
;)*
Eu adoro Aldina Duarte e estou mais que ansioso por vê-la na CulturGest, em Lisboa, no próxima dia 3 de Junho. Bilhete já o tenho. Aldina Duarte traz o povo português na sua voz e no seu olhar. Qual Mariza qual quê. Essa que aprenda, que não é o João Rôlo ou o Herman José que fazem de alguém Fadista. Viva o Fado, os Poetas e os Músicas
Parabéns pelo bom gosto!