Lume

Foi assim, era costume
Tu vinhas pedir-me lume
Ao balcão daquele bar
E eu disse que não, primeiro
Depois, comprei um isqueiro
E até voltei a fumar

As noites que nós passamos
Quantos cigarros fumámos
Tanto lume que eu te dei
Um dia acordei com frio
Estava o cinzeiro vazio
E nunca mais te encontrei

Mas ontem, naquele bar
De repente, vi-te entrar
Foste direita ao balcão
Como era o teu costume
Vieste pedir-me lume
Mas eu disse-te que não

Se quando te foste embora
Deitei o isqueiro fora
Que lume te posso eu dar?
Pede a outro que te ajude
P'ra bem da minha saúde
Eu já deixei de fumar

Sem dormir de madrugada
Ouvi teus passos na escada
Vi da janela, o teu carro
Debaixo do travesseiro
Encontraste o meu isqueiro
E acendeste-me um cigarro

Manuela de Freitas

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