a minha rua
(rua de lisboa)
Mudou muito a minha rua
Quando o outono chegou
Deixou de se ver a lua
Todo o transito parou
Muitas portas estão fechadas
Já ninguém entra por elas
Não há roupas penduradas
Nem há cravos nas janelas
Não há marujos na esquina
De manhã não há mercado
Nunca mais vi a varina
A namorar com o soldado
O padeiro foi-se embora
Foi-se embora o professor
Na rua só passa agora
O abade e o doutor
O homem do realejo
Nunca mais por lá passou
O Tejo já não o vejo
Um grande prédio o tapou
O relógio da estação
Marca as horas em atraso
E o menino do pião
Anda a brincar ao acaso
A livraria fechou
A tasca tem outro dono
A minha rua mudou
Quando chegou o outono
Há quem diga "ainda bem",
Está muito mais sossegada'
Não se vê quase ninguém
E não se ouve quase nada
Eu vou-lhes dando razão
Que lhes faça bom proveito
E só espero pelo verão
P'ra pôr a rua a meu jeito
Manuela de Freitas
Comentários
E temos os mesmos gostos musicais, com excepção para dois dos nomes por si indicados, que quanto a mim, são apenas espertas utilizadoras do reportório da Amalia e Outros, que se limitam a cantar covers, sem a mínima originalidade, com a a gravante de os apresentarem como ieditos no estrangeiro, e tudo com uma boa máquina de marketing por detrás...
Enfim...Assim se enganam os desprevenidos. Se eu quizer ouvir a PRIMAVERA (David Mourão Ferreira/Pedro Rodrigues) ou o Sr Vinho(Alberto Janes), por certo preferirei ouvir a Amália. Já, se eu ouvir o Povo que lavas no rio(P.H.Mello/Joaquim Campos) na voz da Dulce Pontes, estou a ouvir uma recriação, que se poder+a ou não gostar, mas aponta um novo caminho, uma nova forma de interpretar. Se a Dulce Pontes o fizesse nos mesmos parâmetros da Amália, cairia no erro da Mariza e da Kátia guerreiro. Percebe o que eu quis dizer?
Um abraço!
Valéria Mendez
do blog "fadista-valeria-mendez"
o cara da poesia e:
Vicius de Moraes!
eeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!
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