Foi assim, era costume Tu vinhas pedir-me lume Ao balcão daquele bar E eu disse que não, primeiro Depois, comprei um isqueiro E até voltei a fumar As noites que nós passamos Quantos cigarros fumámos Tanto lume que eu te dei Um dia acordei com frio Estava o cinzeiro vazio E nunca mais te encontrei Mas ontem, naquele bar De repente, vi-te entrar Foste direita ao balcão Como era o teu costume Vieste pedir-me lume Mas eu disse-te que não Se quando te foste embora Deitei o isqueiro fora Que lume te posso eu dar? Pede a outro que te ajude P'ra bem da minha saúde Eu já deixei de fumar Sem dormir de madrugada Ouvi teus passos na escada Vi da janela, o teu carro Debaixo do travesseiro Encontraste o meu isqueiro E acendeste-me um cigarro Manuela de Freitas https://www.youtube.com/watch?v=U5QfsuqWWZA
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Desde muito nova que ouvia os fados de Amália, sempre adorei.
O teu blog é de alguém que não gosta, é muito mais, é de alguém que adora a diva de ontem, de hoje e de amanhã. Amália existirá sempre em nós, faz parte da nossa Pátria do sentir e ser portugues
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Alexandre O'Neill