(fernando pessoa) Há uma musica do Povo Nem sei dizer se é um Fado Que ouvindo-a há um ritmo novo No ser que tenho guardado… Ouvindo-a sou quem seria Se desejar fosse ser… É uma simples melodia Das que se aprendem a viver… Mas é tão consoladora A vaga e triste canção… Que a minha alma já não chora Nem eu tenho coração… Sou uma emoção estrangeira, Um erro de sonho ido… Canto de qualquer maneira E acabo com um sentido! fernando pessoa
Acetei o testemunho que passou a amiga charlotte e ai vai... Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser? seria um livro aberto... Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção? sim, o sete-luas do "memorial do convento" de saramago... Qual foi o último livro que compraste? "hei-de amar uma pedra" de a.l.antunes Que livros estás a ler? nenhum... Que livros (5) levarias para uma ilha deserta? "o senhor dos aneis" de tolkien "austerlitz" de sebald "o dicionario da lingua portuguesa" "memoria de elefante"de a.l.antunes "codigo da vinci" de d.brown A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê? à nina por ser uma pessoa de quem eu quero saber o que lhe interessa... à dulce porque também me interessa o que ela acha e à lina porque é uma amiga que gosto imenso...
(rua de lisboa)
Mudou muito a minha rua
Quando o outono chegou
Deixou de se ver a lua
Todo o transito parou
Muitas portas estão fechadas
Já ninguém entra por elas
Não há roupas penduradas
Nem há cravos nas janelas
Não há marujos na esquina
De manhã não há mercado
Nunca mais vi a varina
A namorar com o soldado
O padeiro foi-se embora
Foi-se embora o professor
Na rua só passa agora
O abade e o doutor
O homem do realejo
Nunca mais por lá passou
O Tejo já não o vejo
Um grande prédio o tapou
O relógio da estação
Marca as horas em atraso
E o menino do pião
Anda a brincar ao acaso
A livraria fechou
A tasca tem outro dono
A minha rua mudou
Quando chegou o outono
Há quem diga "ainda bem",
Está muito mais sossegada'
Não se vê quase ninguém
E não se ouve quase nada
Eu vou-lhes dando razão
Que lhes faça bom proveito
E só espero pelo verão
P'ra pôr a rua a meu jeito
Manuela de Freitas
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